UMA PÁGINA DA WEB DESTINADA AOS ASSUNTOS MAIS DIVERSOS, TODOS CORRELACIONADOS ÀS ATIVIDADES HUMANAS TAIS COMO: HISTÓRIA, EDUCAÇÃO, MÚSICA, LITERATURA, VIVÊNCIAS,ARTES CÊNICAS, PLÁSTICAS, ETC.
A psicanálise é um método de tratamento para perturbações ou distúrbios nervosos ou psíquicos, ou seja, provenientes da psique; bastante diferente da hipnose ou do método catártico. A terapêutica pela catarse hipnótica deu excelentes resultados, não obstante as inevitáveis relações que se estabeleciam entre médico e paciente. Posteriores investigações levaram Freud a modificar essa técnica, substituindo a hipnose por um método de livre associação de idéias (psicanálise).
O método psicanalítico de Sigmund Freud, consistia em estabelecer relações entre tudo aquilo que o paciente lhe mostrava, desde conversas, comentários feitos por ele, até os mais diversos sinais dados do inconsciente.
O psicanalista deveria "quebrar" os vínculos, os tratos que fazemos ao nos comunicarmos uns com os outros. Ele não poderia ficar sentado ouvindo e compreendendo apenas aquilo que o seu paciente queria dizer conscientemente, mas perceber as entrelinhas daquilo que ele o diz. É o que se chama de quebra do acordo consensual. Há uma ruptura de campo, pois o analista não se restringe somente aos assuntos específicos, e sim ao todo, ao sentido geral.
Freud sempre achou que existia um certo conflito entre os impulsos humanos e as regras que regem a sociedade. Muitas vezes, impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, nossas ações e até mesmo nossos sonhos. Estes impulsos são capazes de trazer à tona necessidades básicas do ser humano que foram reprimidas, como por exemplo, o instinto sexual. Freud vai mostrar que estas necessidades vêm à tona disfarçadas de várias maneiras, e nós muitas vezes nem vamos ter consciência desses desejos, de tão reprimidos que estão.
Freud ainda supõe, contrariando aqueles que dizem que a sexualidade só surge no início da puberdade, que existe uma sexualidade infantil, o que era um absurdo para a época. E muitos de nossos desejos sexuais foram reprimidos quando éramos crianças. Estes desejos e instintos, sensibilidade sensitiva que todos nós temos, são a parte inconsciente de nossa mente chamada id. É onde armazenamos tudo o que foi reprimido, todas as nossas necessidades insatisfeitas. "Princípio do prazer" é esta parte que existe em cada um de nós. Mas existe uma função reguladora deste "princípio do prazer", que atua como uma censura ante aos nossos desejos, que é chamada de ego. Precisamos desta função reguladora para nos adaptarmos ao meio em que vivemos. Nós mesmos começamos a reprimir nossos próprios desejos, já que percebemos que não vamos poder realizar tudo o que quisermos. Vivemos em uma sociedade que é regida por leis morais, as quais tomamos consciência desde pequenos, quando somos educados. A consciência do que podemos ou não fazer, segundo as regras da sociedade em que vivemos é a parte da nossa mente denominada superego (princípio da realidade). O ego, vai se apresentar como o regulador entre o id e o superego, para que possamos conciliar nossos desejos com o que podemos moralmente fazer. O paciente neurótico nada mais é do que uma pessoa que despende energia demais na tentativa de banir de seu consciente tudo aquilo que o incomoda (reprimir), por ser moralmente inaceitável.
Letra Escravo da Alegria Toquinho e Mutinho "E eu que andava nessa escuridão De repente foi me acontecer Me roubou o sono e a solidão Me mostrou o que eu temia ver Sem pedir licença nem perdão Veio louca pra me enlouquecer Vou dormir querendo despertar Pra depois de novo conviver Com essa luz que veio me habitar Com esse fogo que me faz arder Me dá medo e vem me encorajar Fatalmente me fará sofrer Ando escravo da alegria E hoje em dia, minha gente, isso não é normal Se o amor é fantasia Eu me encontro ultimamente em pleno carnaval
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL. A História da Educação Brasileira não é uma História difícil de ser estudada e compreendida. Ela evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas. A primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos portugueses ao território do Novo Mundo. Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam características próprias de se fazer educação. E convém ressaltar que a educação que se praticava entre as populações indígenas não tinha as marcas repressivas do modelo educacional europeu. Num programa de entrevista na televisão o indigenísta Orlando Villas Boas contou um fato observado por ele numa aldeia Xavante que retrata bem a característica educacional entre os índios: Orlando observava uma mulher que fazia alguns potes de barro. Assim que a mulher terminava um pote seu filho, que estava ao lado dela, pegava o pote pronto e o jogava ao chão quebrando. Imediatamente ela iniciava outro e, novamente, assim que estava pronto, seu filho repetia o mesmo ato e o jogava no chão. Esta cena se repetiu por sete potes até que Orlando não se conteve e se aproximou da mulher Xavante e perguntou por que ela deixava o menino quebrar o trabalho que ela havia acabado de terminar. No que a mulher índia respondeu: "- Porque ele quer." Podemos também obter algumas noções de como era feita a educação entre os índios na série Xingu, produzida pela extinta Rede Manchete de Televisão. Neste seriado podemos ver crianças indígenas subindo nas estruturas de madeira das construções das ocas, numa altura inconcebivelmente alta. Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade européia; trouxeram também os métodos pedagógicos. Este método funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia alguma coisa muito bem estruturada em termos de educação o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos. Tentou-se as aulas régias, o subsídio literário, mas o caos continuou até que a Família Real, fugindo de Napoleão na Europa, resolve transferir o Reino para o Novo Mundo. Na verdade não se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras brasileiras, mas a vinda da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para preparar terreno para sua estadia no Brasil D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente "descoberto" e a nossa História passou a ter uma complexidade maior. A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. Basta ver que enquanto nas colônias espanholas já existiam muitas universidades, sendo que em 1538 já existia a Universidade de São Domingos e em 1551 a do México e a de Lima, a nossa primeira Universidade só surgiu em 1934, em São Paulo. Por todo o Império, incluindo D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II, pouco se fez pela educação brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim. Com a Proclamação da República tentou-se várias reformas que pudessem dar uma nova guinada, mas se observarmos bem, a educação brasileira não sofreu uma processo de evolução que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo. Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é a de manter o "status quo" para aqueles que freqüentam os bancos escolares. Concluindo podemos dizer que a Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. E é isso que tentamos passar nesta Home Page.
CONTINUAÇÃO DA HITÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL. Cada página representa um período da educação brasileira cuja divisão foi baseada nos períodos que podem ser considerados como os mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa educação. Está dividida em texto e cronologia, sendo que o texto refere-se ao mesmo período da Cronologia. A cronologia é baseada na Linha da Vida ou Faixa do Tempo montessoriana. Neste método é feita uma relação de fatos históricos em diferentes visões. No nosso caso realçamos fatos da História da Educação no Brasil, fatos da própria História do Brasil, que não dizem respeito direto à educação, fatos ocorridos na educação mundial e fatos ocorridos na História do Mundo como um todo. Estes períodos foram divididos a partir das concepções do autor em termos de importância histórica. Se considerarmos a História como um processo em eterna evolução não podemos considerar este trabalho como terminado. Qualquer crítica ou colaboração será sempre bem vinda.
Antonio Roberto dos Santos, professor, doutorando em Fundamentos da Educação no PPGE/UFSCar Luciano Nogueira, professor, mestrando em Fundamentos da Educação no PPGE/UFSCar
Anísio Teixeira e um dos maiores educadores brasileiros. Sua contribuição para a educação brasileira e reconhecida pela maioria dos estudiosos. Hoje, quando certo desanimo paira com relação a busca de uma educação de qualidade para todos os cidadãos, talvez seja oportuno voltarmos o olhar para os maiores baluartes da educação em nosso pais, e sobre o muito já percorrido.
Vida e obra Anísio Spínola Teixeira nasceu na cidade de Caetité, Bahia, em 12 de julho de 1900. Filho de Deocleciano Pires Teixeira e de Anna Spínola Teixeira, estudou no Instituto São Luiz Gonzaga, em Caetité, e, em 1914, ingressou no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, onde concluiu o secundário. Ambas as instituições eram jesuíticas.
No Antônio Vieira, cogitou entrar para a Companhia de Jesus. Mas o pai, que queria vê-lo político, mandou-o estudar no Rio de Janeiro, onde Anísio ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro. Diplomou-se em 1922.
Já bacharel em Direito, em 1924, retomou a Salvador e, a convite do governador, aceitou o cargo de Inspetor Geral de Ensino da Bahia. Pela primeira vez travaria contato com a situação do ensino no Estado. Datam dessa época as primeiras leituras mais aprofundadas na área de educação.
Em 1925, Anísio viajou à Europa e lá permaneceu por quatro meses. Observou os sistemas escolares de países como Espanha, Bélgica, Itália e França. Ao retomar, ainda em 1925, conseguiu transformar em lei seu projeto de reforma do ensino baiano. Nele, defendia a concepção de que a escola deveria oferecer uma educação integral, desenvolvendo nos alunos qualidades cívicas, morais, intelectuais e de ação.
PARTE II Estava afastado da vida pública quando publicou Educação para a democracia: introdução à administração escolar (1936). Entre 1937 e 1945, permaneceu na Bahia e dedicou-se à exploração e exportação de manganês, calcário e cimento; à comercialização de automóveis; à tradução de livros para a Companhia Editora Nacional e à correspondência com amigos, entre os quais Monteiro Lobato.
A convite do novo governador eleito da Bahia, tomou-se Secretário de Educação e Saúde do Estado, quando lutou para aprovar na Assembléia Legislativa seu plano de organização do sistema escolar. Ainda nessa administração, criou e foi secretário geral da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia. Seu objetivo com este órgão era fixar no Estado natal, mediante longos contratos, cientistas promissores que realizassem pesquisas sociais. Chegou a estabelecer convênios com a UNESCO e a Columbia University nesse sentido, mas logo seria convidado de novo a atuar na capital do país.
A polêmica em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ganhava, graças à sua atuação e a de outros educadores, espaço nos jornais, revistas e debates da Assembléia Legislativa e das associações de classe, como a Associação Brasileira de Educação (ABE).
Assumiu em 1951, no Rio de Janeiro, a convite do governo federal, a Secretaria Geral da Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que foi por ele transformada num órgão: a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No ano seguinte, acumulou também o cargo de diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), no qual permaneceu até 1964.
Durante sua gestão na CAPES e no INEP, Anísio deu inúmeras conferências pelo país, que lhe renderam dissabores e perseguições.
A publicação de Educação não é privilégio em meio aos debates em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional se inseriu no embate travado entre educadores liberais, educadores católicos e proprietários de escolas particulares em torno dos rumos da educação no país. No momento em que a polêmica se acirrou, os bispos gaúchos defenderam através do documento "0 Memorial dos Bispos" interesses do ensino confessional católico.
Este documento, lançado em 1958, se opunha à "revolução social através da escola" e usava a Constituição Federal para atacar diretamente os órgãos do governo. Acusava Anísio de "extremista" e pedia ao governo sua demissão do INER Em resposta, Anísio distribuiu à imprensa um documento no qual apresentava suas diretrizes como educador e administrador público. Recebeu, em apoio, um manifesto assinado por 529 educadores de todo o país. Não abdicou de suas idéias e foi mantido no cargo por Juscelino Kubitschek.
0 antigo sonho de criar uma universidade teve nova oportunidade de se concretizar com a instalação, na nova capital federal, da Universidade de Brasília, da qual foi um dos idealizadores, ao lado de Darcy Ribeiro a quem Anísio entregou a condução do projeto e com apoio da SBPC.
Estava afastado da vida pública quando publicou Educação para a democracia: introdução à administração escolar (1936). Entre 1937 e 1945, permaneceu na Bahia e dedicou-se à exploração e exportação de manganês, calcário e cimento; à comercialização de automóveis; à tradução de livros para a Companhia Editora Nacional e à correspondência com amigos, entre os quais Monteiro Lobato.
A convite do novo governador eleito da Bahia, tomou-se Secretário de Educação e Saúde do Estado, quando lutou para aprovar na Assembléia Legislativa seu plano de organização do sistema escolar. Ainda nessa administração, criou e foi secretário geral da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia. Seu objetivo com este órgão era fixar no Estado natal, mediante longos contratos, cientistas promissores que realizassem pesquisas sociais. Chegou a estabelecer convênios com a UNESCO e a Columbia University nesse sentido, mas logo seria convidado de novo a atuar na capital do país.
A polêmica em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ganhava, graças à sua atuação e a de outros educadores, espaço nos jornais, revistas e debates da Assembléia Legislativa e das associações de classe, como a Associação Brasileira de Educação (ABE).
Assumiu em 1951, no Rio de Janeiro, a convite do governo federal, a Secretaria Geral da Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que foi por ele transformada num órgão: a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No ano seguinte, acumulou também o cargo de diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), no qual permaneceu até 1964.
Durante sua gestão na CAPES e no INEP, Anísio deu inúmeras conferências pelo país, que lhe renderam dissabores e perseguições.
A publicação de Educação não é privilégio em meio aos debates em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional se inseriu no embate travado entre educadores liberais, educadores católicos e proprietários de escolas particulares em torno dos rumos da educação no país. No momento em que a polêmica se acirrou, os bispos gaúchos defenderam através do documento "0 Memorial dos Bispos" interesses do ensino confessional católico.
Este documento, lançado em 1958, se opunha à "revolução social através da escola" e usava a Constituição Federal para atacar diretamente os órgãos do governo. Acusava Anísio de "extremista" e pedia ao governo sua demissão do INER Em resposta, Anísio distribuiu à imprensa um documento no qual apresentava suas diretrizes como educador e administrador público. Recebeu, em apoio, um manifesto assinado por 529 educadores de todo o país. Não abdicou de suas idéias e foi mantido no cargo por Juscelino Kubitschek.
0 antigo sonho de criar uma universidade teve nova oportunidade de se concretizar com a instalação, na nova capital federal, da Universidade de Brasília, da qual foi um dos idealizadores, ao lado de Darcy Ribeiro a quem Anísio entregou a condução do projeto e com apoio da SBPC.
Estava afastado da vida pública quando publicou Educação para a democracia: introdução à administração escolar (1936). Entre 1937 e 1945, permaneceu na Bahia e dedicou-se à exploração e exportação de manganês, calcário e cimento; à comercialização de automóveis; à tradução de livros para a Companhia Editora Nacional e à correspondência com amigos, entre os quais Monteiro Lobato.
A convite do novo governador eleito da Bahia, tomou-se Secretário de Educação e Saúde do Estado, quando lutou para aprovar na Assembléia Legislativa seu plano de organização do sistema escolar. Ainda nessa administração, criou e foi secretário geral da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia. Seu objetivo com este órgão era fixar no Estado natal, mediante longos contratos, cientistas promissores que realizassem pesquisas sociais. Chegou a estabelecer convênios com a UNESCO e a Columbia University nesse sentido, mas logo seria convidado de novo a atuar na capital do país.
A polêmica em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ganhava, graças à sua atuação e a de outros educadores, espaço nos jornais, revistas e debates da Assembléia Legislativa e das associações de classe, como a Associação Brasileira de Educação (ABE).
Assumiu em 1951, no Rio de Janeiro, a convite do governo federal, a Secretaria Geral da Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que foi por ele transformada num órgão: a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No ano seguinte, acumulou também o cargo de diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), no qual permaneceu até 1964.
Durante sua gestão na CAPES e no INEP, Anísio deu inúmeras conferências pelo país, que lhe renderam dissabores e perseguições.
A publicação de Educação não é privilégio em meio aos debates em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional se inseriu no embate travado entre educadores liberais, educadores católicos e proprietários de escolas particulares em torno dos rumos da educação no país. No momento em que a polêmica se acirrou, os bispos gaúchos defenderam através do documento "0 Memorial dos Bispos" interesses do ensino confessional católico.
Este documento, lançado em 1958, se opunha à "revolução social através da escola" e usava a Constituição Federal para atacar diretamente os órgãos do governo. Acusava Anísio de "extremista" e pedia ao governo sua demissão do INER Em resposta, Anísio distribuiu à imprensa um documento no qual apresentava suas diretrizes como educador e administrador público. Recebeu, em apoio, um manifesto assinado por 529 educadores de todo o país. Não abdicou de suas idéias e foi mantido no cargo por Juscelino Kubitschek.
0 antigo sonho de criar uma universidade teve nova oportunidade de se concretizar com a instalação, na nova capital federal, da Universidade de Brasília, da qual foi um dos idealizadores, ao lado de Darcy Ribeiro a quem Anísio entregou a condução do projeto e com apoio da SBPC.
Entrevista Demerval Saviani: educação é a força motriz da economia É o papel que o autor de Escola e democracia e História das idéias pedagógicas no Brasil, este último vencedor do Prêmio Jabuti 2008, defende para a educação brasileira: o de força motriz da economia
Um dos nomes mais respeitados pelos docentes brasileiros, Dermeval Saviani, professor aposentado da Universidade de Campinas, foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti de 2008 (na área de educação), com o livro História das idéias pedagógicas no Brasil (Autores Associados, 2007). Na obra, percorre as práticas educacionais desde os jesuítas até os tempos atuais, que classifica como "produtivistas". Autor também de Escola e democracia, livro em que lançou a pedagogia histórico-crítica e que ganhou edição comemorativa de 25 anos, Saviani credita a má qualidade do ensino ao baixo investimento e à falta de prioridade para a educação. E vê no PDE uma boa iniciativa, por se preocupar com a qualidade, mas questiona o fato de o Estado não assumir suas responsabilidades, dividindo-as com outras esferas sociais. Leia, a seguir, a entrevista.
Como o senhor vê o cenário pedagógico brasileiro após a adoção dos instrumentos de avaliação, como o Saeb, dos anos 90 para cá? Trato desse assunto no último capítulo do meu livro. Abordo as idéias pedagógicas no contexto atual, mostrando as orientações que vêm numa linha muito fragmentada, mas com um fundo comum dado pela visão "produtivista" da educação, que a articula com as demandas do mercado. Daí a busca de resultados e a organização dos sistemas de avaliação em âmbito nacional, do trabalho com estatísticas, que também se revelam importantes para responder à pressão internacional para mostrar esses resultados. Se o país não está bem situado, isso é considerado para a obtenção de financiamentos internacionais e para o controle que a União exerce sobre estados e municípios quanto ao repasse de recursos. Essa visão do produtivismo e da busca de resultados está muito associada às idéias pedagógicas atuais.
Entrevista Demerval Saviani: educação é a força motriz da economia É o papel que o autor de Escola e democracia e História das idéias pedagógicas no Brasil, este último vencedor do Prêmio Jabuti 2008, defende para a educação brasileira: o de força motriz da economia
Um dos nomes mais respeitados pelos docentes brasileiros, Dermeval Saviani, professor aposentado da Universidade de Campinas, foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti de 2008 (na área de educação), com o livro História das idéias pedagógicas no Brasil (Autores Associados, 2007). Na obra, percorre as práticas educacionais desde os jesuítas até os tempos atuais, que classifica como "produtivistas". Autor também de Escola e democracia, livro em que lançou a pedagogia histórico-crítica e que ganhou edição comemorativa de 25 anos, Saviani credita a má qualidade do ensino ao baixo investimento e à falta de prioridade para a educação. E vê no PDE uma boa iniciativa, por se preocupar com a qualidade, mas questiona o fato de o Estado não assumir suas responsabilidades, dividindo-as com outras esferas sociais. Leia, a seguir, a entrevista.
Como o senhor vê o cenário pedagógico brasileiro após a adoção dos instrumentos de avaliação, como o Saeb, dos anos 90 para cá? Trato desse assunto no último capítulo do meu livro. Abordo as idéias pedagógicas no contexto atual, mostrando as orientações que vêm numa linha muito fragmentada, mas com um fundo comum dado pela visão "produtivista" da educação, que a articula com as demandas do mercado. Daí a busca de resultados e a organização dos sistemas de avaliação em âmbito nacional, do trabalho com estatísticas, que também se revelam importantes para responder à pressão internacional para mostrar esses resultados. Se o país não está bem situado, isso é considerado para a obtenção de financiamentos internacionais e para o controle que a União exerce sobre estados e municípios quanto ao repasse de recursos. Essa visão do produtivismo e da busca de resultados está muito associada às idéias pedagógicas atuais.
Do Amor e da Guerra(canção De Anita)
ResponderExcluirMarcus Viana
Composição: Marcus Viana
Fogo, luz dos canhões, dos trovões
Luz do sangue,do rubro do céu
Fogo, luz das paixões, dos rios de vulcões
Que desagüam no coração
Sigo os passos do herói sobre a Terra
Sigo os passos do homem bom
O teu rastro é bandeira de guerra
Minha casa, minha lei, minha fé
Teu amor me arrasta perdida
Nave solta no imenso mar
Peleando batalhs e vidas
Nascidas pra te encontrar
Fogo,luz que incendeia os corações
De guerreiros e amantes vem
Fogo, luz das estrelas distantes
Dessa terra de homens vem
A Metodologia Freudiana
ResponderExcluirA psicanálise é um método de tratamento para perturbações ou distúrbios nervosos ou psíquicos, ou seja, provenientes da psique; bastante diferente da hipnose ou do método catártico. A terapêutica pela catarse hipnótica deu excelentes resultados, não obstante as inevitáveis relações que se estabeleciam entre médico e paciente. Posteriores investigações levaram Freud a modificar essa técnica, substituindo a hipnose por um método de livre associação de idéias (psicanálise).
O método psicanalítico de Sigmund Freud, consistia em estabelecer relações entre tudo aquilo que o paciente lhe mostrava, desde conversas, comentários feitos por ele, até os mais diversos sinais dados do inconsciente.
O psicanalista deveria "quebrar" os vínculos, os tratos que fazemos ao nos comunicarmos uns com os outros. Ele não poderia ficar sentado ouvindo e compreendendo apenas aquilo que o seu paciente queria dizer conscientemente, mas perceber as entrelinhas daquilo que ele o diz. É o que se chama de quebra do acordo consensual. Há uma ruptura de campo, pois o analista não se restringe somente aos assuntos específicos, e sim ao todo, ao sentido geral.
Freud sempre achou que existia um certo conflito entre os impulsos humanos e as regras que regem a sociedade. Muitas vezes, impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, nossas ações e até mesmo nossos sonhos. Estes impulsos são capazes de trazer à tona necessidades básicas do ser humano que foram reprimidas, como por exemplo, o instinto sexual. Freud vai mostrar que estas necessidades vêm à tona disfarçadas de várias maneiras, e nós muitas vezes nem vamos ter consciência desses desejos, de tão reprimidos que estão.
Freud ainda supõe, contrariando aqueles que dizem que a sexualidade só surge no início da puberdade, que existe uma sexualidade infantil, o que era um absurdo para a época. E muitos de nossos desejos sexuais foram reprimidos quando éramos crianças. Estes desejos e instintos, sensibilidade sensitiva que todos nós temos, são a parte inconsciente de nossa mente chamada id. É onde armazenamos tudo o que foi reprimido, todas as nossas necessidades insatisfeitas. "Princípio do prazer" é esta parte que existe em cada um de nós. Mas existe uma função reguladora deste "princípio do prazer", que atua como uma censura ante aos nossos desejos, que é chamada de ego. Precisamos desta função reguladora para nos adaptarmos ao meio em que vivemos. Nós mesmos começamos a reprimir nossos próprios desejos, já que percebemos que não vamos poder realizar tudo o que quisermos. Vivemos em uma sociedade que é regida por leis morais, as quais tomamos consciência desde pequenos, quando somos educados. A consciência do que podemos ou não fazer, segundo as regras da sociedade em que vivemos é a parte da nossa mente denominada superego (princípio da realidade). O ego, vai se apresentar como o regulador entre o id e o superego, para que possamos conciliar nossos desejos com o que podemos moralmente fazer. O paciente neurótico nada mais é do que uma pessoa que despende energia demais na tentativa de banir de seu consciente tudo aquilo que o incomoda (reprimir), por ser moralmente inaceitável.
Letra
ResponderExcluirEscravo da Alegria
Toquinho e Mutinho
"E eu que andava nessa escuridão
De repente foi me acontecer
Me roubou o sono e a solidão
Me mostrou o que eu temia ver
Sem pedir licença nem perdão
Veio louca pra me enlouquecer
Vou dormir querendo despertar
Pra depois de novo conviver
Com essa luz que veio me habitar
Com esse fogo que me faz arder
Me dá medo e vem me encorajar
Fatalmente me fará sofrer
Ando escravo da alegria
E hoje em dia, minha gente, isso não é normal
Se o amor é fantasia
Eu me encontro ultimamente em pleno carnaval
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL.
ResponderExcluirA História da Educação Brasileira não é uma História difícil de ser estudada e compreendida. Ela evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas.
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos portugueses ao território do Novo Mundo. Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam características próprias de se fazer educação. E convém ressaltar que a educação que se praticava entre as populações indígenas não tinha as marcas repressivas do modelo educacional europeu.
Num programa de entrevista na televisão o indigenísta Orlando Villas Boas contou um fato observado por ele numa aldeia Xavante que retrata bem a característica educacional entre os índios: Orlando observava uma mulher que fazia alguns potes de barro. Assim que a mulher terminava um pote seu filho, que estava ao lado dela, pegava o pote pronto e o jogava ao chão quebrando. Imediatamente ela iniciava outro e, novamente, assim que estava pronto, seu filho repetia o mesmo ato e o jogava no chão. Esta cena se repetiu por sete potes até que Orlando não se conteve e se aproximou da mulher Xavante e perguntou por que ela deixava o menino quebrar o trabalho que ela havia acabado de terminar. No que a mulher índia respondeu: "- Porque ele quer."
Podemos também obter algumas noções de como era feita a educação entre os índios na série Xingu, produzida pela extinta Rede Manchete de Televisão. Neste seriado podemos ver crianças indígenas subindo nas estruturas de madeira das construções das ocas, numa altura inconcebivelmente alta.
Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade européia; trouxeram também os métodos pedagógicos.
Este método funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia alguma coisa muito bem estruturada em termos de educação o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos. Tentou-se as aulas régias, o subsídio literário, mas o caos continuou até que a Família Real, fugindo de Napoleão na Europa, resolve transferir o Reino para o Novo Mundo.
Na verdade não se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras brasileiras, mas a vinda da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para preparar terreno para sua estadia no Brasil D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente "descoberto" e a nossa História passou a ter uma complexidade maior.
A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. Basta ver que enquanto nas colônias espanholas já existiam muitas universidades, sendo que em 1538 já existia a Universidade de São Domingos e em 1551 a do México e a de Lima, a nossa primeira Universidade só surgiu em 1934, em São Paulo.
Por todo o Império, incluindo D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II, pouco se fez pela educação brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim. Com a Proclamação da República tentou-se várias reformas que pudessem dar uma nova guinada, mas se observarmos bem, a educação brasileira não sofreu uma processo de evolução que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo.
Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é a de manter o "status quo" para aqueles que freqüentam os bancos escolares.
Concluindo podemos dizer que a Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. E é isso que tentamos passar nesta Home Page.
CONTINUAÇÃO DA HITÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL.
ResponderExcluirCada página representa um período da educação brasileira cuja divisão foi baseada nos períodos que podem ser considerados como os mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa educação. Está dividida em texto e cronologia, sendo que o texto refere-se ao mesmo período da Cronologia. A cronologia é baseada na Linha da Vida ou Faixa do Tempo montessoriana. Neste método é feita uma relação de fatos históricos em diferentes visões. No nosso caso realçamos fatos da História da Educação no Brasil, fatos da própria História do Brasil, que não dizem respeito direto à educação, fatos ocorridos na educação mundial e fatos ocorridos na História do Mundo como um todo.
Estes períodos foram divididos a partir das concepções do autor em termos de importância histórica.
Se considerarmos a História como um processo em eterna evolução não podemos considerar este trabalho como terminado.
Qualquer crítica ou colaboração será sempre bem vinda.
Anísio Teixeira
ResponderExcluirAntonio Roberto dos Santos, professor, doutorando em Fundamentos da Educação no PPGE/UFSCar Luciano Nogueira, professor, mestrando em Fundamentos da Educação no PPGE/UFSCar
Anísio Teixeira e um dos maiores educadores brasileiros. Sua contribuição para a educação brasileira e reconhecida pela maioria dos estudiosos. Hoje, quando certo desanimo paira com relação a busca de uma educação de qualidade para todos os cidadãos, talvez seja oportuno voltarmos o olhar para os maiores baluartes da educação em nosso pais, e sobre o muito já percorrido.
Vida e obra Anísio Spínola Teixeira nasceu na cidade de Caetité, Bahia, em 12 de julho de 1900. Filho de Deocleciano Pires Teixeira e de Anna Spínola Teixeira, estudou no Instituto São Luiz Gonzaga, em Caetité, e, em 1914, ingressou no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, onde concluiu o secundário. Ambas as instituições eram jesuíticas.
No Antônio Vieira, cogitou entrar para a Companhia de Jesus. Mas o pai, que queria vê-lo político, mandou-o estudar no Rio de Janeiro, onde Anísio ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro. Diplomou-se em 1922.
Já bacharel em Direito, em 1924, retomou a Salvador e, a convite do governador, aceitou o cargo de Inspetor Geral de Ensino da Bahia. Pela primeira vez travaria contato com a situação do ensino no Estado. Datam dessa época as primeiras leituras mais aprofundadas na área de educação.
Em 1925, Anísio viajou à Europa e lá permaneceu por quatro meses. Observou os sistemas escolares de países como Espanha, Bélgica, Itália e França. Ao retomar, ainda em 1925, conseguiu transformar em lei seu projeto de reforma do ensino baiano. Nele, defendia a concepção de que a escola deveria oferecer uma educação integral, desenvolvendo nos alunos qualidades cívicas, morais, intelectuais e de ação.
PARTE II
ResponderExcluirEstava afastado da vida pública quando publicou Educação para a democracia: introdução à administração escolar (1936). Entre 1937 e 1945, permaneceu na Bahia e dedicou-se à exploração e exportação de manganês, calcário e cimento; à comercialização de automóveis; à tradução de livros para a Companhia Editora Nacional e à correspondência com amigos, entre os quais Monteiro Lobato.
A convite do novo governador eleito da Bahia, tomou-se Secretário de Educação e Saúde do Estado, quando lutou para aprovar na Assembléia Legislativa seu plano de organização do sistema escolar. Ainda nessa administração, criou e foi secretário geral da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia. Seu objetivo com este órgão era fixar no Estado natal, mediante longos contratos, cientistas promissores que realizassem pesquisas sociais. Chegou a estabelecer convênios com a UNESCO e a Columbia University nesse sentido, mas logo seria convidado de novo a atuar na capital do país.
A polêmica em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ganhava, graças à sua atuação e a de outros educadores, espaço nos jornais, revistas e debates da Assembléia Legislativa e das associações de classe, como a Associação Brasileira de Educação (ABE).
Assumiu em 1951, no Rio de Janeiro, a convite do governo federal, a Secretaria Geral da Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que foi por ele transformada num órgão: a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No ano seguinte, acumulou também o cargo de diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), no qual permaneceu até 1964.
Durante sua gestão na CAPES e no INEP, Anísio deu inúmeras conferências pelo país, que lhe renderam dissabores e perseguições.
A publicação de Educação não é privilégio em meio aos debates em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional se inseriu no embate travado entre educadores liberais, educadores católicos e proprietários de escolas particulares em torno dos rumos da educação no país. No momento em que a polêmica se acirrou, os bispos gaúchos defenderam através do documento "0 Memorial dos Bispos" interesses do ensino confessional católico.
Este documento, lançado em 1958, se opunha à "revolução social através da escola" e usava a Constituição Federal para atacar diretamente os órgãos do governo. Acusava Anísio de "extremista" e pedia ao governo sua demissão do INER Em resposta, Anísio distribuiu à imprensa um documento no qual apresentava suas diretrizes como educador e administrador público. Recebeu, em apoio, um manifesto assinado por 529 educadores de todo o país. Não abdicou de suas idéias e foi mantido no cargo por Juscelino Kubitschek.
0 antigo sonho de criar uma universidade teve nova oportunidade de se concretizar com a instalação, na nova capital federal, da Universidade de Brasília, da qual foi um dos idealizadores, ao lado de Darcy Ribeiro a quem Anísio entregou a condução do projeto e com apoio da SBPC.
Estava afastado da vida pública quando publicou Educação para a democracia: introdução à administração escolar (1936). Entre 1937 e 1945, permaneceu na Bahia e dedicou-se à exploração e exportação de manganês, calcário e cimento; à comercialização de automóveis; à tradução de livros para a Companhia Editora Nacional e à correspondência com amigos, entre os quais Monteiro Lobato.
ResponderExcluirA convite do novo governador eleito da Bahia, tomou-se Secretário de Educação e Saúde do Estado, quando lutou para aprovar na Assembléia Legislativa seu plano de organização do sistema escolar. Ainda nessa administração, criou e foi secretário geral da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia. Seu objetivo com este órgão era fixar no Estado natal, mediante longos contratos, cientistas promissores que realizassem pesquisas sociais. Chegou a estabelecer convênios com a UNESCO e a Columbia University nesse sentido, mas logo seria convidado de novo a atuar na capital do país.
A polêmica em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ganhava, graças à sua atuação e a de outros educadores, espaço nos jornais, revistas e debates da Assembléia Legislativa e das associações de classe, como a Associação Brasileira de Educação (ABE).
Assumiu em 1951, no Rio de Janeiro, a convite do governo federal, a Secretaria Geral da Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que foi por ele transformada num órgão: a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No ano seguinte, acumulou também o cargo de diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), no qual permaneceu até 1964.
Durante sua gestão na CAPES e no INEP, Anísio deu inúmeras conferências pelo país, que lhe renderam dissabores e perseguições.
A publicação de Educação não é privilégio em meio aos debates em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional se inseriu no embate travado entre educadores liberais, educadores católicos e proprietários de escolas particulares em torno dos rumos da educação no país. No momento em que a polêmica se acirrou, os bispos gaúchos defenderam através do documento "0 Memorial dos Bispos" interesses do ensino confessional católico.
Este documento, lançado em 1958, se opunha à "revolução social através da escola" e usava a Constituição Federal para atacar diretamente os órgãos do governo. Acusava Anísio de "extremista" e pedia ao governo sua demissão do INER Em resposta, Anísio distribuiu à imprensa um documento no qual apresentava suas diretrizes como educador e administrador público. Recebeu, em apoio, um manifesto assinado por 529 educadores de todo o país. Não abdicou de suas idéias e foi mantido no cargo por Juscelino Kubitschek.
0 antigo sonho de criar uma universidade teve nova oportunidade de se concretizar com a instalação, na nova capital federal, da Universidade de Brasília, da qual foi um dos idealizadores, ao lado de Darcy Ribeiro a quem Anísio entregou a condução do projeto e com apoio da SBPC.
Estava afastado da vida pública quando publicou Educação para a democracia: introdução à administração escolar (1936). Entre 1937 e 1945, permaneceu na Bahia e dedicou-se à exploração e exportação de manganês, calcário e cimento; à comercialização de automóveis; à tradução de livros para a Companhia Editora Nacional e à correspondência com amigos, entre os quais Monteiro Lobato.
ResponderExcluirA convite do novo governador eleito da Bahia, tomou-se Secretário de Educação e Saúde do Estado, quando lutou para aprovar na Assembléia Legislativa seu plano de organização do sistema escolar. Ainda nessa administração, criou e foi secretário geral da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia. Seu objetivo com este órgão era fixar no Estado natal, mediante longos contratos, cientistas promissores que realizassem pesquisas sociais. Chegou a estabelecer convênios com a UNESCO e a Columbia University nesse sentido, mas logo seria convidado de novo a atuar na capital do país.
A polêmica em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ganhava, graças à sua atuação e a de outros educadores, espaço nos jornais, revistas e debates da Assembléia Legislativa e das associações de classe, como a Associação Brasileira de Educação (ABE).
Assumiu em 1951, no Rio de Janeiro, a convite do governo federal, a Secretaria Geral da Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que foi por ele transformada num órgão: a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No ano seguinte, acumulou também o cargo de diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), no qual permaneceu até 1964.
Durante sua gestão na CAPES e no INEP, Anísio deu inúmeras conferências pelo país, que lhe renderam dissabores e perseguições.
A publicação de Educação não é privilégio em meio aos debates em tomo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional se inseriu no embate travado entre educadores liberais, educadores católicos e proprietários de escolas particulares em torno dos rumos da educação no país. No momento em que a polêmica se acirrou, os bispos gaúchos defenderam através do documento "0 Memorial dos Bispos" interesses do ensino confessional católico.
Este documento, lançado em 1958, se opunha à "revolução social através da escola" e usava a Constituição Federal para atacar diretamente os órgãos do governo. Acusava Anísio de "extremista" e pedia ao governo sua demissão do INER Em resposta, Anísio distribuiu à imprensa um documento no qual apresentava suas diretrizes como educador e administrador público. Recebeu, em apoio, um manifesto assinado por 529 educadores de todo o país. Não abdicou de suas idéias e foi mantido no cargo por Juscelino Kubitschek.
0 antigo sonho de criar uma universidade teve nova oportunidade de se concretizar com a instalação, na nova capital federal, da Universidade de Brasília, da qual foi um dos idealizadores, ao lado de Darcy Ribeiro a quem Anísio entregou a condução do projeto e com apoio da SBPC.
Entrevista Demerval Saviani: educação é a força motriz da economia
ResponderExcluirÉ o papel que o autor de Escola e democracia e História das idéias pedagógicas no Brasil, este último vencedor do Prêmio Jabuti 2008, defende para a educação brasileira: o de força motriz da economia
Um dos nomes mais respeitados pelos docentes brasileiros, Dermeval Saviani, professor aposentado da Universidade de Campinas, foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti de 2008 (na área de educação), com o livro História das idéias pedagógicas no Brasil (Autores Associados, 2007). Na obra, percorre as práticas educacionais desde os jesuítas até os tempos atuais, que classifica como "produtivistas". Autor também de Escola e democracia, livro em que lançou a pedagogia histórico-crítica e que ganhou edição comemorativa de 25 anos, Saviani credita a má qualidade do ensino ao baixo investimento e à falta de prioridade para a educação. E vê no PDE uma boa iniciativa, por se preocupar com a qualidade, mas questiona o fato de o Estado não assumir suas responsabilidades, dividindo-as com outras esferas sociais. Leia, a seguir, a entrevista.
Como o senhor vê o cenário pedagógico brasileiro após a adoção dos instrumentos de avaliação, como o Saeb, dos anos 90 para cá?
Trato desse assunto no último capítulo do meu livro. Abordo as idéias pedagógicas no contexto atual, mostrando as orientações que vêm numa linha muito fragmentada, mas com um fundo comum dado pela visão "produtivista" da educação, que a articula com as demandas do mercado. Daí a busca de resultados e a organização dos sistemas de avaliação em âmbito nacional, do trabalho com estatísticas, que também se revelam importantes para responder à pressão internacional para mostrar esses resultados. Se o país não está bem situado, isso é considerado para a obtenção de financiamentos internacionais e para o controle que a União exerce sobre estados e municípios quanto ao repasse de recursos. Essa visão do produtivismo e da busca de resultados está muito associada às idéias pedagógicas atuais.
Entrevista Demerval Saviani: educação é a força motriz da economia
ResponderExcluirÉ o papel que o autor de Escola e democracia e História das idéias pedagógicas no Brasil, este último vencedor do Prêmio Jabuti 2008, defende para a educação brasileira: o de força motriz da economia
Um dos nomes mais respeitados pelos docentes brasileiros, Dermeval Saviani, professor aposentado da Universidade de Campinas, foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti de 2008 (na área de educação), com o livro História das idéias pedagógicas no Brasil (Autores Associados, 2007). Na obra, percorre as práticas educacionais desde os jesuítas até os tempos atuais, que classifica como "produtivistas". Autor também de Escola e democracia, livro em que lançou a pedagogia histórico-crítica e que ganhou edição comemorativa de 25 anos, Saviani credita a má qualidade do ensino ao baixo investimento e à falta de prioridade para a educação. E vê no PDE uma boa iniciativa, por se preocupar com a qualidade, mas questiona o fato de o Estado não assumir suas responsabilidades, dividindo-as com outras esferas sociais. Leia, a seguir, a entrevista.
Como o senhor vê o cenário pedagógico brasileiro após a adoção dos instrumentos de avaliação, como o Saeb, dos anos 90 para cá?
Trato desse assunto no último capítulo do meu livro. Abordo as idéias pedagógicas no contexto atual, mostrando as orientações que vêm numa linha muito fragmentada, mas com um fundo comum dado pela visão "produtivista" da educação, que a articula com as demandas do mercado. Daí a busca de resultados e a organização dos sistemas de avaliação em âmbito nacional, do trabalho com estatísticas, que também se revelam importantes para responder à pressão internacional para mostrar esses resultados. Se o país não está bem situado, isso é considerado para a obtenção de financiamentos internacionais e para o controle que a União exerce sobre estados e municípios quanto ao repasse de recursos. Essa visão do produtivismo e da busca de resultados está muito associada às idéias pedagógicas atuais.